quarta-feira, dezembro 27, 2006

PASSAPORTES ENVIADOS!

Diante da surpresa de ler na internet, num dos grupos o qual acesso com frequência, sobre uma família também do Rio que enviou os exames médicos para Trinidad and Tobago na semana seguinte a que eu enviei, e já tinha recebido a carta, fiquei preocupado se a carta do consulado pedindo os passaportes poderia ter sido extraviada. Inspirado nessa família, que enviou um email pedindo informações ao consulado, fiz o mesmo e a resposta veio em questão de poucos minutos. Veja abaixo:

Sr. Vinicius:

A sr já pode pagar a taxa de R$925,00 por adulto e juntamente com este comprovante enviar também os passaportes originais.O sr pode nos enviar por sedex.

Obrigada,

Maria João Guimarães
Assistant (Immigration) Adjointe (Immigration)


Não dava para acreditar, pois como se não bastasse terem respondido o email rápidamente ainda solicitaram os passaportes e o pagamento da taxa. Mas eu acreditei e corri para o banco, depois para o correio e conclui a minha parte.
Agora é só aguardar os passaportes com os vistos e preparar a ida para Montréal.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

As Reações - Os Sentimentos

Essa postagem, sem dúvida nenhuma, vai passar para todos que a lerem uma experiência que só quem está passando por ela, ou passou, sabe perfeitamente como é, e que o desafio de imigrar vai muito além das dificuldades que se vai enfrentar no Canadá, como adaptação, arrumar emprego, etc, o desafio já começa aqui mesmo no Brasil. Não vem ao caso se as pessoas referidas são parentes, amigos ou simples colegas, mas o que isso representa para nós, e como nos afeta.

Desde o dia que decidimos participar do processo para imigrar para Québec, os nossos sentimentos parecem estar numa montanha russa, pois eles passam desde a alegria de uma etapa vencida no processo, a indiferença de algumas pessoas próximas quanto a tudo que está ocorrendo. Duas situações andam em paralelo todo o tempo:
Uma, é tudo o que está sendo feito para concretizar esse projeto, que vai desde enfrentar cada etapa do processo obtendo documentos, entrevista, exame médico, pagar taxas, estudar francês, estudar tudo sobre o país, a província, a cidade onde vamos morar. Nessa situação ficamos desde eufóricos quando passamos uma etapa difícil, como uma entrevista, a ansiosos quando nada acontece e nem temos perspectivas de quando vão ocorrer, pois cada processo é referente a um perfil distinto com um tempo duração diferente também.
A outra é a nossa vida normal aqui, nosso dia-a-dia propriamente, onde nos relacionamos com as pessoas, seja no trabalho, no lazer, em família, etc. É nessa situação que convivemos com as reações mais adversas das pessoas, independente de quem seja e de qual grau de afinidade e parentesco. Tem pessoas que desde o momento da divulgação da nossa decisão de imigrar até hoje reagem nos incentivando, mostrando-se felizes pelo fato de estarmos buscando algo melhor para nossa vida e de nossos filhos, mesmo sentindo a perda do convívio. Algumas pessoas reagem colocando dificuldade o tempo todo, chegam a nos dizer que jamais fariam isso, quase ao ponto de dizer que somos loucos de trocar tudo o que temos aqui para começar uma nova vida. Tem pessoas que tem um verdadeiro “mix” de reações, ficam felizes, ficam tristes, incentivam, colocam dificuldade,........... . Outras são indiferentes em alguns momentos, e quando se manifestam fazem de forma reservada, e de modo geral referindo-se a questões práticas. Tem ainda uma parcela considerável de pessoas que dizem que estamos fazendo a melhor coisa na vida, devido a situação atual que se encontra o país, inundado pela violência, corrupção, impunidade, desrespeito as leis, a cidadania, e o que agrava mais ainda isso tudo, a falta de perspectivas de um futuro melhor aqui.
Eu poderia continuar exemplificando essas reações, mas a minha intenção é de mostrar que imigrar vai muito além de mudar de país, de vida, requer uma grande habilidade e calma para administrar essas situações vividas ainda no Brasil, entender que cada pessoa enxerga e reage de uma forma pessoal, que muitas vezes nos chateia, nos magoa, mas não podemos reagir negativamente nem perdermos o foco do nosso objetivo, por mais doloroso que seja. Acho que o primeiro grande teste que enfrentamos nessa mudança é esse, enfrentar tudo isso sem nos abatermos, sem gerar desgastes pessoais, sem mudarmos a imagem positiva que construímos ao longo dos anos, e não mudarmos também a imagem que temos dessas pessoas, principalmente por ser num momento tão importante de nossas vidas.
Para concluir, segue uma frase que eu disse outro dia explicando um dos motivos de eu ter feito esse blog:

“O meu blog vai servir também para que os meus netos, bisnetos, etc., possam ler no futuro o registro do passado, e saber que para conquistarmos o que queremos temos que fazer sacrifícios”

Meu preparo na Aliança Francesa de Ipanema


Não posso deixar de agradecer ao meu ex-professor de francês, Christian, que iniciou minha aprendizagem do idioma, no curso de Québec na Aliança Francesa de Ipanema, e também o meu preparo para a entrevista com o Dominique Cousineau, para a obtenção do CSQ.
Christian não é só um excelente professor, ele tem amor pelo que faz e está a todo instante tentando aprimorar sua metodologia e seus conhecimentos. É um batalhador incansável, e só quem convive com ele sabe o quanto desgastante é seu dia-a-dia, indo de um local para outro para cumprir com seu cronograma de trabalho.

Na foto, da direita para esquerda estão: Christian, Túlio (colega da Aliança Francesa) e Vinicius (que vos escreve)