sábado, julho 01, 2006

A entrevista e obtenção do "CSQ"






2° Passo – A entrevista

Mais de um mês de aflição se passou sem qualquer notícia do nosso processo, até que dia 9/05/2006 recebemos um email informando que nossa entrevista seria em junho ou julho, e que nós receberíamos outro email comunicando a data, o que ocorreu dia 15/05/2006, com a entrevista sendo marcada para dia 30/06/2006, na Casa Canadá em São Paulo, ás 12:00hs.
Do dia 15 em diante passamos a contar os dias, e conforme os dias iam passando a mistura de ansiedade e preocupação iam aumentando. Fomos para São Paulo na véspera da entrevista, de carro com calma e nos hospedamos no Hotel Othon – The Time, que fica a duas quadras do local da entrevista. Á noite saímos com André, primo da Paula que está morando e trabalhando lá em SP, e com a esposa Danielle, para jantar e conhecer o apto deles. Foi uma noite maravilhosa.
No dia seguinte acordamos, tomamos café no próprio hotel, demos uma estudada no francês. Ás 11:15 hs, saímos do quarto, fizemos o check-out, deixamos a mala no carro e fomos andando para a entrevista. Quando chegamos no prédio da entrevista encontrei meu colega do curso de francês da Aliança, o "olhos puxados". Eu já sabia que iria encontrar ele lá pois a entrevista dele estava marcada para 11:00 hs. Devido ao atraso das entrevistas anteriores ele não tinha sido chamado ainda, apesar de já serem 11:30 hs. Nós nos falamos e de repente um casal passa por nós e nos deseja “bonne chance!”. Eu e Paula ficamos conversando com o casal Ângelo e Ana (eles tem 2 filhos pequenos), que tinham acabado de fazer a entrevista e obter seu CSQ - Certificat de Seléction du Québec, que é o tão sonhado documento que significa 70% do seu processo de imigração completo. Eles foram muito simpáticos e nos disseram para ficarmos tranqüilos pois o Dominic Cousineau era simpático e a entrevista era super tranqüila. Nesse meio tempo o "olhos puxados" já tinha sido chamado e já estava sendo entrevistado, e nós continuamos conversando com o Ângelo e a Ana, quando de repente a recepcionista nos falou para subir. Nos despedimos deles, e quando fomos entrar no elevador o "olhos puxados" sai do mesmo com um sorriso enorme no rosto, o olho que já era puxado ficou mais ainda, e falando fui aprovado e mostrou o CSQ rapidamente. Demos os parabéns para ele e subimos. Quando chegamos lá o Dominic Cousineau nos recebeu, nos pediu para sentar, fechou a porta e começou a conversar, ou seja, a entrevista se iniciou. Eu estava calmo até aquele momento. Ele focou as perguntas mais na Paula, pois ela estava como requerente principal. No início do processo eu era o principal, mas eles mudaram devido ela ser mais nova, e isso faz com a pontuação da avaliação seja maior. De repente eu fiquei super nervoso, e fiquei com dificuldade de responder uma pergunta dele. Paula olhou para mim com cara de “não estou entendendo” pois a pergunta era simples. Ela tentou me ajudar mas o Dominic Cousineau brincou com ela, pegou o grampeador em cima da mesa e disse rindo que ia grampear a boca dela, explicando que fez isso também com um outro casal. Ele falou para ela que precisava conversar comigo. Mas a conversa acabou se concretizando. Durante todo o tempo da entrevista ele fica digitando coisas no seu notebook, e a parte mais emocionante é quando a pequena impressora começa a funcionar, pois eu já sabia que eram os CSQ’s sendo impressos, mas Paula não se deu conta. A minha felicidade era tanta que os documentos que tirei da pasta para apresentar para ele, todos separados e organizados, ele mesmo percebeu a organização e falou, foram misturados na hora de guardar pois eu não sabia se olhava para a impressora ou olhava para os documentos que estava guardando. Apesar da euforia eu verifiquei CSQ por CSQ na hora que nos foi entregue, pois se tiver algum erro ali a coisa vai complicar na frente. E não é que tinha erro justamente no meu! Mostrei para ele que ele tinha trocado o meu nome de família pelo sobrenome, mas ele corrigiu na hora e imprimiu novamente.
Ele nos entregou o guia “Apprendre Le Québec” e se despediu de nós.
Saímos de lá rindo a toa, e fomos andando de volta para o Hotel conversando, até que fomos atravessar a avenida Berrini e eu olho pro lado esquerdo e quem estava ali ao lado? Acreditem, era o Dominic Cousineau, ele sorriu e eu amarelei pois fiquei completamente sem graça. A única palavra que saiu da minha boca foi “manger?” e ele disse que ia ali no bar/restaurante da esquina, mas falou em espanhol. Aliás, esqueci de comentar mais a entrevista foi uma sopa de línguas, pois rolou francês é claro, inglês, espanhol, português e portunhol. Eu inclusive criei uma nova língua durante a entrevista, o ESPANHÊS. É isso mesmo, espanhol com francês!
Depois disso tudo pegamos o carro no Hotel e fomos direto para estrada, de volta para casa com o dever cumprido e com o coração cheio de felicidade.